E quando o efeito da Sazonalidade aperta, que medidas adoptar? Que estratégia deve um alojamento implementar para garantir ocupação o ano inteiro? Ora em "altitude de cruzeiro", ora "a voar baixinho", a procura tem que se manter para garantir fluxo de caixa.
Não há garantias nem fórmulas secretas, só esforço, dedicação e estratégia. Que Action Plan para o ano inteiro? Que feiras participar e com que propósito? Que iniciativas são destinadas a um público-alvo e que acções são desenhadas a um nicho? Certo e sabido é que é na quebra na procura de determinado segmento que mais se sente o efeito da sazonalidade e por isso compreender que produto desenvolver ao longo de todo o ano, para seduzir vários segmentos. Sim, que produto pois um alojamento não é um só produto, não "fala uma só língua" e deve caracterizar o seu segmento-alvo, compreender que segmentos tem condições de encantar e conhecer a fundo esse segmento: que ar respira, que exigências, que hábitos de procura e aquisição e como garanto que o meu alojamento é considerado no processo do funil de compra.
Famílias: worldschooling
Se considerarmos que todos nós somos e temos uma família, realçamos logo a abrangência e a leveza com que muitas vezes nos referimos a esse segmento- o segmento "famílias" desconsiderando que podem ser tão diferentes as famílias. Mas aqui vamos caracterizá-lo a fundo. É um crescendo o número de famílias com disponibilidade de tempo e financeira para viajar o ano inteiro e com o foco de promover aos seus filhos o worldschooling- ter o mundo como palco, como escola para estudar, apreciar, aprender e explorar. OA educação e o desenvolvimento com base em viagens realizadas em famílias. Este segemento, ou nicho (ou segmento dentro do segmento) contrariamente ao que apenas considera os períodos de férias escolares, procura viagens fora de época, mais acessíveis e menos povoadas com preferência para destinos remotos (e Portugal pode ser um destino remoto para... Autralianos!). Terra para mexer e explorar, animar, aulas de culinária, workshops de barro e artesanato, trekking, montanhismo, aprendizagem novas línguas (ou língua nativa), mergulho e snorkeling, yoga, meditação, música, dança. Que iniciativas consegue desenvolver ou tem para oferecer a este público-alvo?
Estudantes/Professores: mais competências
Não falamos de world migration apenas e muito além dos períodos escolares de erasmus, falamos na aquisição de competências a nível internacional por períodos curtos a médios, entre workshops esporádicos a pós-graduações, mestrados e doutoramentos que se tornam em autênticos retiros de desenvolvimento pessoal. São angolanos, brasileiros, indianos, filipinos e tantos outros que procuram o nosso país para estudar ou ganhar no curriculo uma experiência profissional. E por vezes são professores que passam semestres e temporadas cá a leccionar. O que pode requerer este segmento-alvo? Uma casa longe de casa, mas com algumas comodidades já que detém algum poder económico. Uma boa secretária, acesso wifi, facilidade/agilidade em receber pessoas no alojamento, impressora sem fios e uma área comum para confecção de refeições e convívio- são alguns dos requerimentos.
Senior
Se morrer aos 110 anos passa a ser normal, os 70 são os novos 40! O turista sénior é hoje activo, saudável e muito conhecedor do mundo das viagens. Foge dos períodos de muito calor e de volume de turistas (ficando tantas vezes a tomar conta dos netos nesse período), mas viaja com regularidade ao longo do ano. Não se dá ao trabalho de se deslocar para ficar 1 só noite fora de casa e pode mesmo colorir um planning em época baixa com os nossos tons favoritos ;) É um bon-vivant e reconhece um bom whiskey malte, um serviço clássico atencioso e aprecia a alta hospitalidade e o serviço de excelência, aventurando-se pouco em hotéis da moda.
Slow Traveler
Se se pensava que ia ser uma moda, começando com o Slow Food em oposição ao Fast Food, o Slow Travel combina com ecologia, com o desacelerar do ritmo fernéticos das viagens de city break e low cost em harmonia com uma atitude descomplicada de viajar, minimalista e que valoriza o percurso e não apenas o destino. O prazer de viajar devagar, de contemplar e aproveitar os locais, as pessoas e o tempo, sem a urgência das actividades e programas de animação turística consumidos vulgarmente. Pode ser o que viaja de bicicleta, conhece o destino pelo caminho e vai apreciar uma boa massagem à chegada e um local seguro para fazer manutenção à sua bicicleta. Não confudámos com o back-packer! O Slow Traveler viaja o ano todo, por períodos longos e é grande apreciador de produtos e serviços traidionais/típicos do local que visita e do conforto. Por vezes viaja em grupo, com viagens organizadas por agências e DMCs de luxo, com carrinha de apoio.
Solo Traveler/ Bleisure
Viaja sozinho em negócios, mas aproveita para desfrutar de momentos de lazer. Por isso a sua agenda é preenchida ao pormenor, com a ida a um teatro ou monumento entre uma reunião e um jantar de negócios. Na sua deslocação para visitar uma feira profissional, aproveita para ir às compras mas não deixa de almoçar num bom restaurante só porque viaja sozinho. É um autêntico radar ou sonda, pois conhece um hotel ou destino viajando em negócios, mas poderá regressar 100% em lazer com a família ou em casal.
Enquanto viajante Bleisure (Business & Leisure) exige rapidez de serviço, tratamento executivo como bom viajante em trabalho e soluções de bem-estar reservadas last-minute para aproveitar o pouco tempo que dispõe, não sendo amante do "on-request" nem pedidos sem resposta imediata.
Que segmentos aposta no seu alojamento?
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