Toda uma sequência de eventos parece bem clara na minha cabeça como se estivesse a ver um filme. A primeira vez que fiquei a dormir num hotel não tem local, nem nome, tem memória. Tem cheiro, ou melhor cheiros e sensações.
Recordo com muito carinho a sensação de ter corredores por explorar. Hoje, só sinto angústia nas intermináveis questões no checkin e ansiedade por tanto analisar, sem deslocar e poder descobrir como vai ser o quarto. E esse era mesmo um momento revelação: a chegada ao quarto, a revelação dos pequenos sabonetes, utilidades e panfletos por lá espalhados que ensinavam toda uma nova forma de dormir e ter um quarto.
E agora que vivo de hotelaria, nas viagens estafadas de trabalho sinto esse encantamento quando chego a casa e a minha cama com cheiro e sensação a uma coisa tão familiar e tão minha.
E por aí, como recorda a primeira vez que ficou num hotel?
(este post foi desenvolvido na Oficina de Escrita
com Catarina Raminho na Red Apple, Lisboa)
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