Já sabemos e sentimos o efeito e as consequências da afectação do vírus no nosso país. Sobretudo ressentimos a ausência de directivas concretas, já que as mesmas vão sendo acrescentadas à medida da gravidade das situações.
Esperava-se um governo interventivo, sério nas suas decisões e medidas, sem as deixar à margem da interpretação individual, do comme ci comme sa como quem está a tentar adivinhar qual a resposta certa nas medidas do corona vírus. Nunca senti tanta vergonha de trabalhar na área do turismo como agora. Nesta prova de fogo vemos como os players se esqueceram absolutamente das características académicas do turismo, da afectação a factores externos e incontroláveis (como este), do factor risco e como a imprudência na gestão leva a despedimento atempados e atitudes de pouca humanidade face aos clientes e aos colaboradores. Uma empresa que não é capaz de proteger, não serve. Uma empresa que não se forra financeiramente para situações adversas não está preparada para este impacto e actua de improviso, inconstante, incerta e nessa actuação, acrescida da desinformação gera-se o pânico ou no mínimo a ansiedade.
Hotéis deviam ter sido usados preventiva e antecipadamente pelo estado para servir de recurso aos hospitais lotados, prevendo naturalmente o seu fecho. E o fecho deve ser transversal, absoluto. Fábricas precisam de quem tome conta das máquinas, tudo o resto pode ficar em pausa. Porque daqui a uns tempos ninguém vai (outra vez) querer ir para Itália, aquele país que nem dos seus soube cuidar e que parece um autêntico granel, inseguro qual país de terceiro mundo. E esta vai ser a nossa imagem. Aqueles ali na cauda da Europa também caíram na esparrela e desordem de não cuidar de ninguém, não prudentes deixaram fronteiras e aeroportos abertos... a isto se chama gestão?! Deixar nas mãos dos empresários desesperados e alarmados a decisão? Quem está a gerir este país afinal? E já que falamos nos empresários, não é que o desgraçado que suou para ter o alvará disto, o seguro daquilo e pagar o imposto daqueloutro nem um telefonema, nem um email recebeu a dizer “ei, sabemos que estás aí com a batata quente não mão, aguenta-te!”- directrizes, informação concreta, ordens, instruções, linhas de apoio, mandatos que sejam... nada! Os que mais contactam com estrangeiros deixados à mercê. Este é o nosso turismo. E subsidiamos as Thomas Cooks portuguesas enquanto as vemos cair, as companhias idem na tomada de decisões imprudentes e que continuam a arriscar todo um país! Assistimos à desmeretrização e desempoderamento dos governos regionais que apelam ao isolamento e nem isso lhes é concedido! “Fiquem para aí com os bichos, deixem-nos estar isolados!”- é o apelo dos insulares e nem isso...
E seria relativamente simples ter ordem e mão em tudo isto. Até foi falado num Ted Talk pelo Bill Gates a propósito da Ébola. Tivemos a vantagem competitiva de ter sido os últimos contagiados. O que esperavam? Que nos safávamos?! Tivemos informação antes de qualquer um e isso não impediu este caos vergonhoso. Fechem. Assim simples: retirem-se que não é vergonha nenhuma! Com o apoio das nossas forças militares, dos estudos atempados, o isolamento e fecho teríamos melhores condições para recuperar, para revitalizar após esta crise. Linhas de apoio e financiamento não sairão que não do nosso bolso. Sejam assertivos com a Segurança Social e protejam os vossos colaboradores, revendo as formas de actuação e condições dadas a cada um. Consultem advogados ligados ao mundo do trabalho. Apertem com as seguradoras. A prevenção sempre funcionou melhor que a cura e esta não foi implementada.
Para o turismo, tudo isto é cíclico, já aconteceu antes na história da humanidade. Se tudo correr bem, em breve vamos querer evadir-nos para curar maleitas causadas pelo isolamento ou pelos vírus e toda uma nova abertura e carácter se requer por parte das empresas turísticas. Paciência. Estamos em guerra. Vão preparar as vossas estratégias que isto pode durar meses e estamos por nossa conta.
Saúde a todos
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