Ainda recordo com bastante felicidade o momento em que cheguei a Peniche pela primeira vez e fui abordado por uma senhora que com toda a simpatia e delicadeza me perguntou: “Rooms, Chambres e Zimmer, para alugar?”
A discussão agudiza-se, tornando-se mesmo feroz. De um lado temos os interesses municipais em verem os seus centros urbanos reabilitados, limpos e um crescente número de turistas.
Do outro lado temos as marcas hoteleiras a perderem revenue com a potencial perda de clientes. E os proprietários de alguns apartamentos que, querendo também uma fatia do bolo, não aceitam a implementação de unidades de AL (Alojamento Local) nos edifícios que esses ocupam, travando projectos de excelência e de reabilitação dos próprios edifícios!
Fará sentido a Hoteleria ser entregue a não-hoteleiros? Mas não conseguirá um não-hoteleiro aprender sobre as artes e mestrias a hospitalidade e fazer compreender a importância de um edifício reabilitado e de infra-estruturas ao nível do alojamento tradicional, com todas as comodidades? Ei, Proprietários: um edifício requalidficado é uma propriedade valorizada! E quando vão compreender os hotéis da antiga hotelaria que não basta um edifício licenciado e com estrelas muitas para vingar no mercado das viagens e do alojamento? Com base nessas permissas assiste-se a um AL que não se cinge ao apartamento em self-catering, mas todo um conforto e dedicação genuina ao hóspede, ainda que sem percepção de tarifas, releases, deadlines, rack e bar e net e tantos outros palavrões do vocabulário hoteleiro.
Legalizou-se o acolhimento, instrução precisa-se pois os "Rooms, Chambres e Zimmers" que o país tem para oferecer devem ter serviço, aparência e tarifa bem de acordo com a imagem do nosso destino e bem de acordo com o nosso indiscutível valor.
Luís Neto
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