Quando desenhamos a hierarquia de uma organização, pretendemos que dela façam parte os melhores profissionais, com as melhores qualidades técnicas e pessoais.
Numa estrutura tradicional, o Director de F&B (D.F&B) / Director de Restaurante(D.R) é, para além da ponte entre a administração/direcção e os elementos da sua equipa, bem como será o responsável de desenhar toda a estratégia de crescimento, consolidação, modernização do departamento que dirige.
Tendo por base esta premissa vale a pena analisar que este Diretor deverá ter uma carteira profissional equivalente ao Gerente, bem como uma qualificação profissional de Nível V. É importante salientar que o Nível V não é obrigatório nem motivo para exclusão de um candidato à posição, mas não obtendo ou sendo portador deste tipo de qualificação, o mesmo deverá ser substituído por uma larga e consistente experiência no ramo.
Conclui-se com este primeiro ponto que o responsável de departamento terá ou uma qualificação profissional ou o equivalente em experiência.
Quando verificamos um curriculum de um profissional da área da hotelaria/turismo/restauração, do departamento de F&B, verificamos que os mesmos progridem, na sua maior parte, partindo de estágios curriculares e extra-curriculares (em alguns casos ainda encontramos aprendizes) e depois crescendo dentro do mesmo departamento e passando por todas as posições no departamento.
Após esta qualificação e crescimento profissional, o que prende um(a) colaborador(a) de apresentar uma candidatura ao cargo de D. F&B / D. R? Um qualquer elemento de RH – Recursos Humanos – diria que nada o impede, pois tem, todas as qualificações profissionais e aptidões técnicas necessárias para poder exercer a função.
Então porque estão as organizações a olhar para as suas hierarquias e a substituir estes mesmos D. F&B/ D. R pelo trabalho dos seus Chefes de Sala? Será que estamos a criar uma nova posição hierárquica? Será que estamos a extinguir os D. F&B? Porque razão isso mesmo acontece?
O facto de estarmos a substituir um D. F&B por um Chefe de Sala, estamos a criar uma divisão dentro do departamento. Ou seja, passamos a ter uma secção Cozinha e uma secção Restaurante/Bar, pois com a inexistência de um D. F&B, tanto o Chefe de Sala como o Chefe de Cozinha responderão directamente ao Director Geral (GM) e não ao D. F&B. Logo aqui detectamos um problema, que sem a supervisão, controlo e gestão de um diretor de departamento, estas duas chefias – Cozinha e Sala – vão trabalhar afastados do que será o crescimento do departamento e cumprir as metas que foram previstas e orçamentadas.
Por outro lado, esta posição dirigente não só vai controlar e supervisionar os diferentes elementos da sua equipa, mas como também responder a todos os problemas e implementar as soluções necessárias para o atingir as metas.
Olhando para o futuro e prevendo grandes alterações nas formas e métodos de trabalho, convém planear a importância dos Recursos Humanos e a não substituição ou alteração dos quadros dificultando o atingir as metas e os objectivos, não levando à extinção de postos de trabalho ou elementos necessários ao bem estar e ao bom trabalho de uma unidade.
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